quarta-feira, 19 de março de 2014

... A Dona do Sorriso Mais Lindo da Cidade ...



Ela foi para casa comigo, e essa era a chance que eu não queria e não poderia deixar escapar! A dona do sorriso mais lindo de São Paulo, ali, sentadinha no sofá da minha sala, absurdamente sexy com aquela taça de vinho pela metade na mão. Não achei que ela aceitaria o meu convite, afinal, não me deixou arriscar um beijo que fosse com ela durante nossa noite no Velvet. Apesar, que se for pensar bem, isso até que foi bom. Descobri que Vic é uma mulher incrível! Mudou-se do Rio para São Paulo há 7 anos e veio para seguir o sonho de tornar-se uma cirurgiã. Graduou-se na USP e estava partindo para o seu segundo ano de residência em neurocirurgia. Fazia residência em um hospital perto de casa, e para a minha sorte, resolveu mudar-se para o bairro e evitar a viagem diária que tinha que fazer vindo da zona sul aqui para o centro, poupando-se de ficar louca no trânsito maluco dessa cidade, como ela mesma disse.

Confesso que fiquei fascinada por essa mulher. Ela tinha um ar de poder e segurança pessoal, misturados a uma doçura genuinamente feminina que, nossa, era realmente inebriante. Muito mais do que o vinho que tomávamos. Eu estava lá, ela estava lá, ambas olhando uma nos olhos da outra e eu precisava fazer com que ela soubesse que tinha me fisgado aquela noite. Se é que já não sabia, é claro!

_Vic, você é linda. Não sei se já tive a chance de te dizer isso, diretamente.
_Risos. Você não me disse não Dã. Mas, linda aqui é você - disse, corando levemente. Arrisquei me aproximar de seu rosto, mas apenas arrumei uma mecha de cabelo que escorregava sorrateiramente para os seus olhos. 
_Não - sussurrei, me aventurando a encostar os lábios em sua orelha - Você é a mulher mais linda e interessante que já conheci.

Ela respirou fundo, eu beijei seu pescoço. 

_Você é sem dúvida a pessoa mais interessante que já conheci também Dany - disse, deixando as palavras pairarem em minha mente de uma forma inexplicavelmente sensual. 

Nesse momento minha respiração já estava descompassada, e minhas mãos já se posicionavam sob a cintura dela. Docemente ela se virou, segurou meu queixo e me beijou, jogando seus braços em volta da minha nuca e aproximando o calor do seu corpo no meu. Tinha esperado por aqueles lábios a noite toda, ou quem sabe, pela vida toda! As sensações do momento nos guiaram, e ambas nos permitimos ser guiadas por elas. Quando me dei conta estava deitada com meu corpo em cima do dela, ela já sem camisa, e com uma lingerie preta maravilhosa que servia apenas para coroar e completar aquelas curvas mais do que perfeitas de Vic.

_Vamos para o meu quarto, linda?
_Achei que você não fosse convidar nunca mais! - respondeu com um sorriso sapeca no cantinho da boca enquanto levantava deixando o restante de suas roupas cairem pelo seu corpo e pousarem no chão da sala. 


Fomos explorando cada canto de parede, em cada cômodo que passavamos até chegar ao quarto. Sentei na cama, e ela sentou-se no meu colo, ainda me beijando tirou minha camisa abrindo botão por botão com uma delicadeza deliciosa. Ela me deitou na cama, deixando seu corpo por cima do meu. Suas mãos passeavam pelo meu peito agora nú, e sua boca descia pelo meu pescoço em uma sincronia enlouquecedora. Livrou-se facilmente do restante das minhas roupas e agora o nosso jogo estava empatado.

Podia sentir a excitação crescente e pulsante que vinha de nossos corpos me fazendo suar, descontrolando minha respiração, umidecendo meu sexo. Eu estava entregue, ela estava absolutamente no controle de tudo. Ela poderia ter de mim o que quisesse naquele momento. Qualquer coisa. Suas unhas subiam e desciam suavemente por toda a lateral do meu corpo, enquanto brincava com a língua pela minha barriga, meus seios, meu pescoço, minha orelha. Sussurrava que me queria, e que queria me sentir dentro dela, roubando suspiros totalmente involuntários que simplesmente insistiam em escapar diante de suas afirmações sacanas.

Aquela era a tortura mais deliciosa que eu já tinha sido submetida nessa vida, mas resolvi inverter esse jogo. Ela estava marcando pontos demais. Mudamos de posição na cama e agora o meu corpo é que pesava sobre o dela. Tirei o que lhe restava da lingerie, puxando sua calcinha lentamente com a boca, e admirei a cena daquela mulher linda, nua, na minha cama, nos meus braços. Ela me lançou o olhar mais safado que já vi, piscou, e disse:

_Me faz sua Dany. Por favor!

Respondi sorrindo de volta, e a beijei, com todo o desejo que estava em mim naquele momento. Depois da sua boca, desci beijando cada centímetro daquele corpo, sem pressa, mas com uma urgência absurda, gritante e contraditória. Passeei com a pontinha da língua pelos seus seios, mordiscando, chupando e acariciando cada um de seus mamilos. A cada suspiro, gemido, e pedidos dela eu enlouquecia mais um pouco. Escorreguei a ponta dos dedos pela parte interior de sua coxa, deslizei um deles até seu sexo e pude senti-la molhada de desejo. Ela gemeu, eu pirei.


Nosso amor rompeu a madrugada. O som dos nossos gemidos compôs a trilha sonora da noite, a boca e corpo dela foram o meu paraíso particular, e me perdi por horas e horas na embriaguez de beber o prazer daquela mulher. A dona do sorriso mais mais lindo da cidade!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

... Desconfiança e Suspeitas ...


_ Nossa amor, o que aconteceu?
_ Oi? Como assim? 
_ Sei lá Paula, você demorou bastante no banheiro e agora voltou com cara de quem comeu e não gostou! 
_ Hãn... Não, não amor. Não foi nada! 
_ Não me parece que não foi nada. - realmente, não me parecia nem mesmo um pouquinho que não havia acontecido nada - Assim que você saiu, aquela Patrícia saiu atrás. Devo me preocupar com isso, Paula? 
_ Se preocupar com o que amor? Não tem que se preocupar com nada não! Será que podemos ir embora, na verdade acho que não estou me sentindo muito bem. 

Não, eu não acreditei nada naquela conversa de estar passando mal. Se tem uma coisa que a Paula não sabe fazer muito bem nessa vida é mentir, e sem dúvida, não estava me dizendo a verdade, ou pelo menos, não toda a verdade. E sim, isso me preocupava, e muito! Porém, eu não queria continuar aquela conversa ali. Não era hora nem lugar, e eu de verdade não gostava do fato de ter uma platéia nos observando.

_ Dany, avisa a Duda que não pudemos mesmo ficar hoje para esperar a inauguração. 

_ Porquê Lêêêêêê? Fiquem ai, provavelmente agora não demore muito mais para que ela inaugure logo esse tão esperado lounge. 

_ Eu sei Dã, mas, hãn... a Paula não esta se sentindo bem, então vou leva-la para casa.
_ Bom, sendo assim, tudo bem! - Dany se aproximou de mim, o suficiente para sussurrar ao meu ouvido, a fim de que as meninas não nos escutassem - Esta tudo bem entre vocês? O Clima parece meio tenso no ar. Impressão minha?
_ Esta tudo bem sim Dã. Qualquer coisa, te ligo depois. Mas, não se preocupe, esta realmente tudo bem - disse, gastando um sorriso pouco convincente, ainda mais tratando-se de Danielle.

Nos despedimos das garotas e saímos em direção ao estacionamento. Já estávamos entrando nas primeiras horas da madrugada, e como de costume nessa época do ano, o céu de São Paulo honrava o apelido de "Terra da Garoa" e fazia cair sob nossas cabeças uma fina chuva, quase imperceptível. Apesar de eu não saber exatamente do que estava desconfiando, e nem mesmo se estava desconfiando de alguma coisa, aquelas pequenas gotinhas caindo sob minha pele quente, me ajudaram a manter a calma e a controlar melhor minha respiração, que no momento, mesmo sem entender exatamente o porque, não estava lá muito normal. 

Olhei para Paula, e tenho que admitir que ela não estava com uma aparência das melhores. Estava meio pálida e assim que chegamos onde o carro estava estacionado, ela pegou a chave no bolso e me entregou. Isso não era nada típico dela, sempre que saíamos juntas quem dirigia o carro era ela, e essa atitude me fez pensar que realmente ela não deveria estar se sentindo muito bem, e sinceramente, comecei a ficar realmente com medo de descobrir o motivo que estava por trás disso tudo. Será que eu estou ficando paranoica? Acho que não!

_ Paula, o que esta acontecendo? - perguntei assim que ela fechou a porta do carro.
_ Só não estou me sentindo bem! - respondeu com a voz um pouco engasgada. 
_ Você sabe tão bem quando eu que não consegue me enganar fácil assim. Malefícios do matrimônio Paula! 
_ Podemos conversar em casa, pelo menos?!
_ Ok. Então estamos admitindo aqui que algo esta acontecendo e que você não esta querendo me contar. Correto? 
_ Não. Eu apenas não estou bem. Preciso de um banho e deitar um pouco!

Resolvi não tentar continuar a conversa até chegarmos em casa, e assim que entramos Paula foi diretamente para o banheiro, dizendo que precisava de um banho. Pouco tempo depois que ligou o chuveiro, seu celular tocou insistentemente dentro da bolsa. Juro que não sou de fazer esse tipo de coisa, não gosto MESMO de bancar a esposa loucamente ciumenta, muito menos ficar xeretando as coisas da Paula, mas, de verdade o toque do celular começou a me tirar do sério, poxa já era mais de 1h, isso era hora de alguém ligar? Assim que peguei o aparelho ele parou de tocar, e no histórico de ligações perdidas constavam 5 ligações daquela tal de Patricia. Se ela e a demora da Paula do banheiro já estavam me causando uma terrível dor de estômago, nesse momento as dores se espalharam por outras partes do corpo.

Fiquei um tempo parada com o celular na mão, olhando aquele nome nas chamadas perdidas, procurando identificar um motivo logicamente bom o suficiente para explica-las. Infelizmente nada de muito interessante me vinha a mente. Assim que Paula abriu a porta do banheiro, terminando de vestir seu roupão, chegou uma mensagem de texto. Ela olhou para mim e viu que o celular estava comigo. Sua expressão assumiu um tom misto de preocupação e desespero que me atingiu como um soco no estômago! 

_ O que é que eu vou ler se abrir essa mensagem da Patricia, que você acabou de receber?
_ Eu não sei o que você vai ler. Mas, porque você esta com meu celular? 
_ Porque Paula? Porque sua "coleguinha de trabalho" estava ligando incessantemente enquanto você tomava banho! Sinto muito, mas isso não é hora, e essa droga de toque estava realmente me irritando. Agora me responda, o que é que eu vou ler assim que abrir essa mensagem? 
_ Eu não sei Letícia!!! Como vou saber? 
_ Ok, vamos descobrir então! - falei enquanto erguia o aparelho para poder ler a mensagem.
_ Você não acha que esta invadindo minha privacidade se fizer isso? 
_ E você não acha que esta tentando me fazer de otária na minha cara? Paula, o que estará escrito aqui nessa mensagem? 
_ Abra e leia então Letícia. Eu já disse que não sei! - ela disse, com a voz falhando em uma ou duas palavras.

Cliquei para abrir a mensagem e pelo cantinho do olho pude ver quando Paula sentou-se na cama, e abaixou a cabeça. Na mensagem, o texto era vago, porém, comprometedor. Li em voz alta: "Precisamos conversar sobre o que aconteceu hoje. Me liga assim que puder, por favor! Bjs, Paty".

O silêncio foi mortal. E depois de alguns minutos, já não aguentava mais a agonia que estava sentindo. Sentei do lado da Paula, na beira da cama. Não queria mais perguntar, não queria mais saber. Tinha medo das respostas que poderia obter, eu não podia estar vivendo aquilo. Aquilo tudo devia ter uma explicação plausível. Não podia ser nada do que eu estava imaginando! Me virei para ela, coloquei minha mão sobre a sua e senti meus olhos se encherem de lágrimas. Pisquei forte, a fim de contê-las. Eu tinha que manter a calma. Aquilo não podia ser real. Abri os olhos novamente e olhei para Paula, as lágrimas lhe desciam sob a face... Meu corpo todo gelou, o ar me faltou, o chão já não estava mais sob meus pés, e mesmo com a voz falhando e o coração já despedaçado, consegui fazer a pergunta da qual eu não queria ouvir a resposta.

_ Paula... O que... O que foi que aconteceu?
_ Amor, me perdoa! Me perdoa! Pelo amor de Deus! 
_ Você... Você me traiu? 
_ Ela me empurrou para dentro do banheiro, nós nos beijamos. Foi um beijo. Eu não sei como isso foi acontecer Letícia, eu te amo! Eu não posso te perder... Não significou nada para mim! Eu disse a ela que não podia fazer isso... Me perdoa!!! - disse inclinando-se para me abraçar. Me esquivei de seu abraço e levantei da cama.
_ Sai de perto de mim Paula! Agora! - Ela levantou da cama, num pulo.
_ Não faz isso. Por favor Letícia! Eu errei, mas isso não muda o fato de te amar acima de todas as coisas. Você é tudo pra mim. Por favor, não faz isso. 
_ Paula sai daqui. Agora! Eu preciso pensar... Agora! Por favor! - disse empurrando-a para fora do quarto, e ela saiu sem relutar muito. 


Voltei a sentar na beira da cama. Abracei meus joelhos, querendo sumir. Apenas desaparecer. Ou apenas acordar, e me dar conta de que aquilo tudo não tinha passado de um pesadelo! Mas, não... Era real, e essa realidade me doía no peito, no coração, na alma! Deixei meu corpo cair na cama e chorei. Apenas chorei. Não conseguia ter forças para mais nada naquele momento, só chorei.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

... Tentações...



_ Alguém viu a Gabys por ai?
_ Então Paula, voltando do banheiro a vi lá fora, com uma loira que não conheço...
_ Ah, então com certeza ela já voltou pro apartamento dela por hoje, hahaha...
_ Vamos pra casa também amor? Cansei por hoje - disse Letícia deixando-se cair no meu ombro.

Quando nos viramos para começar a nos despedir das meninas, tive a visão que ao mesmo tempo resumia o paraíso e o inferno em uma coisa só! Patrícia, em um salto maravilhosamente alto, uma saia minusculamente curta, e um decote estupidamente antagônico ao tamanho da saia. O batom vermelho, as unhas, também...


Antes que meu queixo pudesse cair de vez, virei imediatamente de volta para a mesa, e nesse momento me lembrei do quanto me irrita o fato de a Letícia demorar tanto pra dar tchau para as pessoas.

_ Amor, vamos?!
_ Calma Paula, deixa só eu achar a Duda.
_ Não amor, vamos... Você não disse que estava cansada, então, amanhã tomamos café da manhã aqui e você fala com ela. A Dany estava me falando que todas vem para cá amanhã de manhã...

Apesar do esforço, minha tentativa de sair antes de ter que apresentar a Paty para minha esposa, foi totalmente frustrada.

_ Oi Paulinha... - Disse ela, passando o braço em volta da minha cintura...
_ Oi Patrícia, nossa, não tinha te visto por aqui. Então, resolveu vir de última hora?!
_ Ah, você convidou né, resolvi aparecer.
_ Amor?! - perguntou Letícia olhando fixamente para a mão da Paty na minha cintura...
_ Ow, perdão amor... Patrícia, essa é a minha esposa Letícia. Amor, essa é a Patrícia que trabalha comigo lá no escritório.
_ Ah! Sim, nos falamos hoje quando liguei para lá mais cedo. Olá, prazer!
_ Finalmente conheço a famosa Letícia, hein?!
_ Famosa, é?!
_ Muito! Rs... Mas, por favor, não me digam que já estão de saida...
_ Na verdade estamos sim. A noite foi um pouco longa. Não é Paula?
_ Verdade. Amanhã nos vemos no escritório Paty... - disse, ainda tentando retomar o ar que ela tinha me roubado...

Nos despedimos do pessoal, e saimos. Antes mesmo de sair do bar, senti meu celular vibrando no bolso da calça. Era ela, com certeza! Caminhamos até o carro e nesse meio tempo encontramos a Duda no estacionamento, como sempre, Letícia foi lá falar com ela, e para meu desespero isso me deu tempo para ler a mensagem que eu já sabia que era da Paty...

"Hey, você fica ainda mais sexy sem aqueles terninhos todos. Não custa nada dar um jeitinho de tomar uns drinks comigo hoje, não acha não?! Eu não mordo. Pelo menos não até você pedir..."

Respirei fundo, contei até cinquenta, mas não adiantou muita coisa não. Letícia voltou dizendo que queria ficar mais um pouco, pois a Duda tinha pedido para que ficassemos para conhecer um novo espaço na casa que seria inaugurado ainda naquela noite. Uma espécie de lounge privativo, ou coisa assim...Ok, havemos de convir aqui que ela não estava ajudando em nada minha situação, mas enfim... Voltamos para o Velvet e Patrícia estava lá, sentada com as meninas e enturmando-se relativamente bem com a Dany.

_ Hey, Duda convenceu vocês a voltarem é?! - perguntou a Dany, animada como sempre...
_ Pois é, parece que ela vai inagurar o lounge hoje, né?!
_ Isso mesmo! Parece que esta todo VIP o ambiente, vamos ver o que nos reserva né...

Precisava tomar um pouco de ar e colocar meus pensamentos em ordem novamente, então fui até o banheiro. Menos de dois minutos depois, Paty entrou no banheiro e com a mesma cara de pau de sempre, não fez cerimônias, e foi me empurrando para dentro de um dos sanitários. Automaticamente minha mão já estava na sua cintura, enquanto ela fechava a porta atrás de nós... Deos! Que corpo era aquele?! Nossos lábios estavam próximos demais, a temperatura do momento quente demais, os sentidos aguçados demais... Eu tinha que sair dali, naquele momento, caso contrário... Não ia prestar!

_ Paty, Paty... Para!!! Eu não posso fazer isso!!! Você conheceu minha esposa, eu sou casada!!! Ela esta ai fora... Não, eu não posso fazer isso...
_ Poder e querer são coisas diferentes, não é?! Eu e você sabemos que queremos a mesma coisa nesse momento... - disse, sussurrando no meu ouvido, enquanto arranhava minhas costas e beijava meu pescoço com a pontinha da língua se aventurando por entre os lábios...

Como resistir aqueles lábios? Aquele toque? Quando me dei conta, meus lábios estavam colados nos dela, nossos corpos resumiam-se a uma coisa só, e já não sei exatamente como descrever o tesão que aquela mulher me causa...


Mas, o que eu estou fazendo, afinal? Não posso fazer isso com a Letícia... Não posso! Afastei o corpo dela do meu e nossa respiração acelerada traduzia bem o estado do nosso desejo. Ela me olhou em silêncio, enquanto eu balançava a cabeça em uma negativa, que tentava mais convencer a mim mesmo de que eu tinha que sair de lá.

_ Paty, eu não posso fazer isso! Não posso mesmo... - disse enquanto saia do banheiro...

Fui em direção a mesa em que estavamos sentadas. Eu sabia que seria difícil olhar para a Letícia novamente, mas quando meu olhar cruzou com aqueles lindos olhos cor de mel, foi tudo muito pior do que eu pudesse ter imaginado um dia...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

... Luzes, Palco e Rock'n Roll ...




_ Calma Gabys! Onde você está, afinal? - perguntou uma aflita Danielle do outro lado da linha.
_ Estou tentando chegar, mas, adivinha?! Paulista está completamente parada. Inferno! Estamos a praticamente uma hora estacionadas exatamente no mesmo lugar. Como é que se demora tanto para atravessar uma droga de avenida?! Só preciso chegar na belezura da Augusta, meu Deus do céu!!!
_ Hahaha, calma amiga. Malefícios de se morar na nossa cidade cinza... Mas, quer uma boa notícia?
_ Por favor!
_ A casa já está cheiaaa... Realmente vocês vão ter um público muito bom por aqui. Em vários sentidos, se é que você me entende...
_ Hahaha, claro que te entendo. É disso que estou precisando hoje viu.
_ Só hoje né?! Céus! Como é cara de pau... Hahaha, mas, amore, você que está dirigindo?
_ Yeah baby.
_ E porque é que esta no cel comigo? Posso saber?
_ Nessa Av. Paulista, se alguém me multar por usar o celular dirigindo, é um grande mentiroso. Eu estou paradíssima!
_ Hahaha, bom, vou indo agora porque preciso dar atenção a ruiva dona do sorriso mais lindo de Sampa.
_ Huuummm, essa eu quero conhecer hoje hein... Beijos gata!

Depois de sabe-se lá deus quanto tempo paradas, chegamos já com meia hora de atraso para o início do show. O frio na barriga que já vinha nos acompanhando ao longo do dia, tomou conta total das meninas. Minha adrenalina estava a mil, batimentos acelerados, respiração ofegante. Peguei minha vampira - calma meninas, essa é só minha guitarra de estimação - respirei fundo, e entramos no palco. Na boa?! Assim que meu all star posicionou meu corpo sobre aquele tablado, foi como se estivesse na cama com uma loira, uma ruiva e uma morena, tesão é pouco. Loucura total a flor da pele.

Abrimos o show com a Digníssima Rainha do Rock Nacional, estimada Rita Lee e toda a elegância da sua irreverência musical, passamos por lendas nacionais e internacionais, alternando covers e músicas próprias. O show correu extremamente excitante, o público respondeu e correspondeu muito bem as músicas, a performance e algumas meninas diretamente a essa vocalista aqui que vos fala! Rs... Fechamos com a "Padroeira" lésbica, "Santa Rita de Cássia Eller" e sua malandragem, que arrancou pedidos de bis da galera.

Desci do palco e parecia estar em completo êxtase, além de totalmente excitada e beirando a euforia. Peguei um wisky e um energético no bar e fui a procura das meninas. Aposto que a Dany estava enlouquecida com o show, e queria conhecer a tal ruiva dona do tal sorriso mais bonito de São Paulo, né?! Afinal, faz tempo que a Dany não encontra alguém especial. Vamos torcer para que essa, Victória seja a mulher que fará com que ela pare com essa chatice de ser "Bi". Nunca vou entender isso, mas, enfim... Encontrei as meninas sentadas em uma das mesas próximas ao palco.

_ Ahhhh, linda, linda, lindaaaaa... - disse a Dany literalmente pulando em cima de mim...
_ Hahaha, obrigada Dã... Vocês curtiram o show? O que acharam, tipo, sinceramente?!
_ Sinceramente? Foi ótimo!!! O pessoal animou demais com vocês. Muito bom mesmo... - respondeu a Paula imediatamente. Sempre a líder nata do grupo.
_ Sem contar que você estava um sucesso a parte! Ta linda nesse terno!!!
_ Ah Dany, você sempre é mais gentil do que a realidade... E, ninguém vai me apresentar a dona do sorriso mais bonito da cidade?!
_ Claro que vou. Vic, essa é a Gabys. Gabys, essa é a Vic, vulgo, dona do sorriso mais bonito de Sampa.

Tão vermelha quanto o cabelo, Vic abriu o seu sorriso, e acho que Dany tem razão. É o mais bonito de São Paulo.

_ Concordo com você que a Dany exagera! Rs... Prazer! - disse, sem graça...
_ Dessa vez ela está falando a verdade nua e crua. Prazer também...

Estava tudo indo muito bem essa noite, e eu de verdade já tinha me esquecido que provavelmente teria que driblar alguns dramas hoje, quando a voz da Carol surgiu atrás de mim como que um lembrete de mau gosto...

_ Nossa, mas você já está flertando com outra?! Mal desceu do palco, hein Gabriela?!
_ Oi Cá! Tudo bem gata?! Não estou flertando com ninguém. Ela é acompanhante da Dany.
_ Aham, sei.

Pronto. Começou o drama lésbico de hoje! Subitamente, lembrei da forte possibilidade de cruzer com as outras meninas dessa semana. Ana, Carla e até a Taty... DEOS!!! Preciso sair daqui logo...

_ Cá, vou encontrar com as meninas da banda. Depois nós nos falamos, pode ser?! Te ligo... - disse na desculpa mais desesperada para "fugir" dela, e antes que desse tempo para questionamentos sai da mesa.

No caminho do banheiro, encontrei com uma loira, de olhos azuis que sinceramente fariam sucesso onde quer que ela fosse! Mas, como parou na minha frente, bom... Seria o destino?! Gosto de pensar que sim...

_ Oi gata! Gostou do show?
_ Amei. Principalmente da vocalista...
_ É mesmo?! E, que tal darmos um passeio, por ai...
_ Era o convite que eu queria hoje...

Bebemos um pouco na parte externa do bar, e em seguida fomos ao meu apartamento. A boca dela tinha o amargo de vodka mais delicioso que poderia existir, entramos tirando algumas coisas do lugar, e derrubando tantas outras. No caminho até meu quarto, livramo-nos da maioria de nossas roupas...


E, essa foi só a primeira coisa que fizemos aquela noite....

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

... Spy Girl ...



Adoro essa coisa toda de celebridade! Mas, uma coisa é fato, se a Gabys já não era lá muito "comportada", imagino que agora as coisas piorem um pouco mais. Se é que isso ainda é possível, rs. Costumamos brincar com ela, dizendo que sempre que ela entra em algum lugar, uma mulher sai de lá chorando, e bom, não é bem uma brincadeirinha inocente, é mais uma constatação de fatos; pura observação.

Enfim, Léz Girls estréia hoje a noite e a Dudinha disse que todos os ingressos foram vendidos, e que ela estava preparando uma decoração toda especial para a estréia das meninas. Enton, é mais do que claro que eu e Letícia vamos almoçar por lá, afinal, preciso estar a par dos preparativos, dar aquela espiadinha básica e tudo o mais. Passei na Lê e fomos direto para o Velvet colocar nosso plano de almoço espião em ação...

_ Oi Duda! Tudo bem? Viemos espionar, quer dizer... Almoçar,  =)
_ Hahaha, sei bem que vieram almoçar viu dona Danielle...
_ A ideia de vir foi minha, Duda. Prometo que vou conter essa tagarela!
_ Tagarela? Eu? Credo vocês duas viu!
_ No drama Dany! Eu deixo você dar uma olhadinha nos preparativos lá do palco, mas, tem que prometer que não vai contar para as meninas. É pra ser surpresa pra elas...
_ JURO!!!
_ Hahaha, ok, vamos lá...

Gente, assim, na boa mesmo, essa Duda tinha que ser decoradora de ambientes! Simplesmente sensacional o que ela fez com o espaço do lounge e palco. Intimista, convidativo, e com certeza terá muita história para contar amanhã pela manhã, hahaha.

_ Nossa Dudinha, ficou show de bola.
_ Obrigada linda. Você jurou não falar nada hein dona Dany!
_ Palavra de escoteira!

Voltei para o meu almoço com a Lê, e que grata surpresa resolveu almoçar na mesa em frente a nossa. Meu Deus do céu! Que mulher é aquela? Alta, ruiva, olhos verdes, vestidinho curto, salto altíssimo, e com certeza nova no bairro, ou pelo menos no bar.



_ Lê, você viu esse sucesso todo de mulher que sentou ali na mesa da frente?
_ Oi?
_ Ah Letícia, vamos lá... Não é porque casou que ficou cega, né gata?!
_ Haha, como você é besta né Dany?! Hum... Realmente, muito bonita! Você conhece?
_ Nãoooo. Como assim eu não conheço, aquilo tudo ali?
_ Ela deve ser nova aqui. Vai lá, se apresenta.
_ Há, mas eu vou mesmo. Guenta aí miga!

Levantei rumo a mesa daquela beldade...

_ Hãn... Olá, boa tarde!
_ Oi, tudo bem? - Me respondeu a ruiva dona do mais belo sorriso de toda São Paulo
_ Então, estou ali almoçando com uma amiga, e nos perguntávamos se você é nova por aqui, e porque esta almoçando ai sozinha.
_ Rs... Sou nova sim. Mudei tem apenas alguns dias, e me disseram que aqui eles tinham os melhores pratos da região, então resolvi vir conferir.
_ E não mentiram pra você, hehe. Bom, se você quiser se juntar a nós ali na mesa, ficaria honrada. - disse, gastando meu melhor sorisso
_ Hãn... Claro! Porque não?!

Fomos em direção a minha mesa anterior, e só me dei conta de que não sabia o nome dela, quando fui fazer as devidas apresentações

_ Me desculpa, linda. Eu não perguntei seu nome.
_ É Victória. E não precisa pedir desculpas, também não sei o seu.
_ Danielle. Mas, pode me chamar de Dany.
_ Sendo assim, pode me chamar de Vic.

Não consegui mais tirar os olhos daquela deusa ruiva. Conversa vai, conversa vem, e tenho uma linda companhia para o show dessa noite no Velvet; Victória.